Sustentabilidade como vetor de crescimento e inovação no trade de hospitalidade da Baixada Santista

Com apoio da FHORESP, o 1º Workshop “Práticas Sustentáveis para Descarbonização e Economia” destacou a importância de integrar gestão ambiental, redução de custos e inovação como pilares de competitividade no setor de turismo, hotelaria e alimentação.

Em um cenário em que os consumidores estão cada vez mais atentos ao valor ambiental das marcas, as empresas do setor de turismo, hotelaria e gastronomia têm diante de si uma grande oportunidade: transformar práticas sustentáveis em diferencial competitivo e, ao mesmo tempo, em economia real para o negócio.

Nos dias 5 e 6 de novembro de 2025, no auditório do SinHores – Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares da Baixada Santista e Vale do Ribeira, em Santos (SP), foi realizado o 1º Workshop Práticas Sustentáveis para Descarbonização e Economia em Hotéis, Bares e Restaurantes, com apoio institucional da FHORESP – Federação de Hospedagem e Alimentação de São Paulo. O encontro reuniu gestores, empresários e especialistas para debater como reduzir emissões, cortar custos e ainda conquistar novos públicos.

A agenda e os temas em foco

Durante os dois dias, foram promovidas apresentações e oficinas práticas voltadas à transição para uma economia de baixo carbono — no qual setor de hotelaria e alimentação pode ter papel protagonístico — além do aproveitamento de oportunidades associadas à adoção de modelos mais eficientes.

Entre os destaques:

  • A forte ênfase na redução de custos operacionais, com a mensagem de que adotar práticas sustentáveis não é apenas “fazer o bem”, mas também “fazer bem para o negócio”. O mote “Reduza Custos e Fature Mais” ilustra claramente essa perspectiva.
  • A abordagem de que a economia de meio ambiente e recursos pode gerar impacto relevante nas margens das empresas do setor: a revisão de equipamentos elétricos, o uso de energia solar em substituição à convencional e a correta separação de resíduos são apontados como medidas de retorno imediato. Por exemplo, segundo o diretor de planejamento da FHORESP, Enio Miranda, ao adotar essas práticas, bares, hotéis e restaurantes podem reduzir em até 20% suas contas de energia.
  • O destaque à economia circular: resíduo gerado como óleo de cozinha, alumínio e papelão deixa de ser “problema” e passa a ser “ativo”. Ou seja: empresas que utilizam isso como parcerias ou processos ganham não só em reputação, mas em eficiência.
  • A presença de um time robusto de especialistas, entre eles Sidnei Aranha (Superintendente de Meio Ambiente do Porto de Santos), José Valverde (professor-mestre em Direito Ambiental Internacional e diretor de Meio Ambiente da FHORESP), além de representantes de instituições como AKVO ESG, Instituto Triângulo, Instituto Meu Oceano e outras.

Por que esse tipo de iniciativa importa para o turismo da Baixada Santista

Regiões turísticas como a Baixada Santista estão sob o olhar cada vez mais exigente dos viajantes — não apenas no que diz respeito à qualidade do serviço ou da experiência, mas também à postura ambiental e social das empresas locais. Quando hotéis, bares e restaurantes conseguem demonstrar ações concretas de sustentabilidade, eles não apenas reduzem custos como também elevam sua atratividade junto a um público que considera esse tema relevante na escolha de destino ou serviço.

Além disso, num momento em que a transição para uma economia de baixo carbono — definida como aquela que opera com fontes de energia menos poluentes e busca reduzir as emissões de gases de efeito estufa — está se tornando uma exigência global, iniciativas regionais como esse workshop têm papel estratégico.

Para os empreendimentos da região, as vantagens são múltiplas:

  • Diferenciação de mercado: aliar a marca a valores sustentáveis transmite credibilidade e pode atrair hóspedes ou clientes que priorizam esse critério.
  • Eficiência operacional: reduzir consumo, gerar menos desperdício, reutilizar ou reciclar — tudo isso impacta positivamente o resultado financeiro.
  • Engajamento local e reputacional: agir em consonância com a comunidade e com o meio ambiente fortalece a imagem institucional e cria vínculos de confiança.

Desafios e próximos passos

Embora as oportunidades sejam expressivas, os desafios não são poucos. Mudar a mentalidade operacional, investir em tecnologias mais eficientes, adequar os processos de resíduos e formar parcerias podem requerer recursos, tempo e capacitação. Para que uma iniciativa sustentável deixe de ser “projeto piloto” e se torne parte da rotina do negócio, é preciso comprometimento da liderança e clareza sobre retorno.

No contexto do workshop, um dos caminhos sugeridos é justamente iniciar com medidas que geram impacto financeiro tangível — por exemplo, a revisão de equipamentos elétricos ou a adoção de energia solar — e, paralelamente, implementar uma política de separação de resíduos que permita entrar na economia circular. Assim, cria-se um ciclo virtuoso entre economia e sustentabilidade.

Conclusão

O setor de hotelaria, bares e restaurantes da Baixada Santista tem diante de si uma janela de oportunidade importante: ao abraçar a sustentabilidade não apenas como obrigação ou tendência, mas como estratégia de negócio, as empresas locais podem atingir ganhos ambientais, sociais e econômicos. O 1º Workshop “Práticas Sustentáveis para Descarbonização e Economia” mostrou que é possível reduzir custos, modernizar operações e, ao mesmo tempo, reforçar o compromisso com o futuro do destino.

Enquanto o mundo avança para uma economia de menor emissão de carbono, quem se adiantar — com visão, preparo e execução — estará em uma posição de destaque. Para os empreendimentos da região, mais do que esperar por mudanças externas, trata-se de liderar a transformação.

Por Marcelo A. Silva — jornalista de turismo, membro da ABRAJET São Paulo.

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