Novo aeroporto internacional pode reposicionar o Brasil no turismo global

Um salto estratégico em conectividade e desenvolvimento regional

Um projeto ousado de aeroporto internacional começa a ganhar corpo no Brasil, com potencial para redesenhar mapas turísticos e abrir novas rotas de fluxo entre o país e o mundo. Embora ainda em fase embrionária, a iniciativa — que já atrai atenção de gestores estaduais, organismos internacionais e investidores — pode ser um divisor de águas para regiões hoje subexploradas.

O anúncio oficial foi feito durante o fórum Turismo & Investimentos | Brasil 360°, realizado recentemente em São Paulo. O Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF) apresentou a proposta de um hub aéreo de alta tecnologia, concebido para atuar como porta de entrada internacional, sustentável e automatizado.

O mote é claro: aliar inovação e turismo. O projeto prevê robótica e automação em partes do terminal, buscando agilidade no embarque e desembarque e redução de custos operacionais.

Nordeste em evidência: cenário de disputa para sediar o projeto

Embora ainda não haja definição de local, algumas lideranças já manifestaram interesse em sediar o aeroporto. O governador da Paraíba, João Azevêdo, indicou que o estado vai disputar a implantação, destacando que pode oferecer incentivos econômicos e fiscais às empresas interessadas.

O fórum também contou com participação de representantes do CAF e da Organização Mundial do Turismo. Oscar Rueda García, diretor de Turismo Sustentável no CAF, apontou a conectividade como um gargalo no turismo latino-americano. “Precisamos de conexões mais econômicas”, disse. Já o secretário-geral da ONU Turismo, Zurab Pololikashvili, afirmou que o objetivo é que o terminal vá além de um espaço de voos, integrando tecnologia e experiência inovadora.

Além disso, há um importante componente regulatório em jogo: o projeto de lei nº 4.392, que propõe permitir que companhias aéreas estrangeiras operem voos domésticos (a chamada “cabotagem”). Essa mudança no arcabouço legal pode viabilizar rotas flexíveis e conectar o novo aeroporto a cidades brasileiras antes de levar passageiros ao exterior.

Impactos esperados: turismo, economia e infraestrutura

Se o projeto sair do papel, espera-se um efeito multiplicador nos setores de turismo, logística e comércio. A iniciativa pode reforçar a descentralização do turismo brasileiro — levando visitantes para destinos menos saturados — e elevar a competitividade das regiões envolvidas.

Outro mecanismo importante é o Programa de Aceleração do Turismo Internacional (Pati), uma política do governo federal que oferece incentivos para novos voos diretos internacionais e ajuda na promoção turística brasileira no exterior. O novo aeroporto poderá se habilitar a estes recursos para viabilizar rotas.

Riscos e desafios para transformar em realidade

Apesar do entusiasmo, o caminho até o terminal virar realidade é repleto de obstáculos. Ainda faltam decisões sobre localização, viabilidade técnica, financiamento e regulamentação. Muitos detalhes permanecem sob sigilo, e o projeto depende de articulação política e aval do Congresso.

Sem o respaldo legal para a cabotagem ou estrutura robusta de financiamentos, o novo aeroporto corre o risco de permanecer apenas no papel. Também será fundamental garantir que a moderna infraestrutura planejada não se torne um elefante branco em regiões com baixo fluxo aéreo imediato.

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