Sendo o futebol o esporte mais popular em praticamente todo o mundo, nossa luta está centrada na criação de uma campanha em defesa do ataque racista contra o jogador Vinícius Júnior, a violência e a xenofobia nos campos de futebol do Brasil e da Europa precisam ter um basta.
Essa nossa proposta terá uma dimensão pedagógica para o mundo, porque o verdadeiro objetivo do futebol, enquanto forma de expressão, é a confraternização entre os povos de forma a criar junto à sociedade brasileira um importante fórum de discussão institucional da campanha “SOMOS TODOS IGUAIS”.
O culto aos jogadores é um fenômeno de fácil compreensão.
Os craques podem ser vistos na televisão, em outdoors, em produtos licenciados e também em campo. Hoje em dia podemos acompanhar, via satélite os jogadores em diversas competições, bem como todos os campeonatos nacionais e europeus.
Enfim, o futebol é o grande catalisador de emoções e sentimentos do mundo, porque sua linguagem é universal e o seu apelo dispensa qualquer tradutor. Haja vista a estatística que estimou uma plateia de 4 bilhões de telespectadores em cerca de 204 países na Copa do Mundo do Qatar, os quais poderíamos ter transformado em 4 bilhões de vozes dizendo não ao Racismo. O esporte foi feito para unir pessoas.
O futebol já conseguiu até parar guerras. No entanto, às vezes, para infelicidade da humanidade, o que deveria ser celebração e alegria, cede espaço para o ódio, a xenofobia, a intolerância e o racismo. Recentemente a mídia nacional e internacional tem evidenciado as manifestações de racismo, violência e xenofobia nos campos de futebol.
Em contradição com o fato de que os campos de futebol, no Brasil e no mundo, tem-se convertido historicamente em territórios para a confraternização entre as nações, esse espaço continua sendo contaminado, em pleno século XXI, por absoluta intolerância e racismo, manifestados na forma de ofensas verbais, injúrias e difamações, sobretudo contra jogadores negros.
Nas primeiras décadas do século passado, negros eram impedidos de praticar este que é um dos esportes mais populares e democráticos do mundo.
É claro que esses são tempos passados. Isso já não ocorre mais, é o que deveríamos afirmar. Deveríamos, mas essa afirmação não reflete a realidade, já que a discriminação ainda se faz presente, só que agora de forma frequentemente mais “dissimulada”.
De forma aberta ou velada, o fato é que a discriminação continua presente. Recentemente temos testemunhado manifestações como mensagens e cânticos de orientação racista e xenofóbica em estádios no Brasil e da Europa, como o ataque racista que Vinícius Jr. sofreu e vem sofrendo reiteradamente como no duelo entre Valencia e Real Madrid no último domingo, a falta de atitude da La Liga com Vini Jr foi vergonhosa.
O Brasil, como nação que possui a segunda maior população de afrodescendentes do mundo, tem o dever de ampliar, cada vez mais, um importante papel (no contexto internacional ) que vem desenvolvendo na questão do combate ao racismo nos campos de futebol.
Em vista disso, o presente manifesto pretende pôr em evidência, e ao mesmo tempo justificar, a necessidade e a urgência de que assumamos nosso papel para o enfrentamento do racismo, com a introdução no Brasil, através da campanha “SOMOS TODOS IGUAIS”.
Estes ataques racistas contra Vinícius Júnior começaram a ocorrer pelas críticas por dançar em suas comemorações de gol. Em cada gol que ele fazia, dançava para celebrar a diversidade cultural do mundo. Uma minoria de racistas começaram a criminalizar as suas danças.
Danças que não são apenas dele, são do Roger Milla, do Ronaldinho, do Neymar, do Paquetá, do Pogba, do Matheus Cunha, do Griezmann e do João Félix. Dos funkeiros e sambistas brasileiros, dos cantores latinos de reggaeton e dos afro americanos.
Por tudo isto exposto, viemos pedir a todos os brasileiros que, em forma de protesto contra os ataques racistas que o Vinícius Júnior vem sofrendo, gravem um vídeo dançando com a música de sua preferência e encaminhe com a #somostodosiguais.
Crédito para Renata Francisco de Almeida