Atlas energético do Brasil: como petróleo, hidrelétricas, vento e sol sustentam uma gigante

Uma nação movida por múltiplas fontes

O Brasil se posiciona hoje como uma potência energética multifacetada, combinando fontes renováveis e fósseis para suprir as demandas de mais de 200 milhões de pessoas — e manter a 9ª maior economia do mundo funcionando.

Antes de mergulharmos nos números, vale diferenciar dois conceitos fundamentais:

  • Matriz energética: engloba todas as fontes de energia usadas no país — para transporte, indústria, aquecimento etc.
  • Matriz elétrica: refere-se especificamente às fontes que geram eletricidade — hidrelétricas, usinas solares, parques eólicos etc.

No Brasil, há um equilíbrio notável: enquanto cerca de 45% da matriz energética provém de fontes renováveis, no segmento elétrico esse percentual sobe para aproximadamente 85%, reforçando o protagonismo limpo do país.

Petróleo e biomassa: os pilares ainda vigentes

Mesmo com a ascensão das renováveis, o petróleo continua sendo peça-chave: representa cerca de 36% da energia consumida no Brasil. Ele alimenta a mobilidade urbana, o transporte de cargas e boa parte da logística nacional.

No campo das fontes renováveis “clássicas”, a biomassa — especialmente a cana-de-açúcar — tem papel estratégico: responde por cerca de 15% do total energético brasileiro, além de contribuir para a geração elétrica por meio da queima do bagaço.

Hidrelétricas: o pilar da eletricidade nacional

Na matriz elétrica, as hidrelétricas ocupam lugar de destaque absoluto. Elas correspondem a cerca de 62% da energia elétrica produzida no país, embora representem “somente” 12% da matriz energética como um todo.

Grandes empreendimentos como Itaipu (no Paraná) e Belo Monte (no Pará) ilustram tanto o potencial hidráulico quanto as controvérsias socioambientais envolvidas em sua implantação.

Fontes em expansão: vento, sol e gás natural

Entre as fontes renováveis emergentes, a energia eólica já é responsável por cerca de 12% da eletricidade nacional, com o Nordeste dominando a produção. Já a solar responde por cerca de 4% da geração elétrica, com estados como Minas Gerais, São Paulo e Bahia à frente.

O gás natural também figura como opção intermediária: ocupa aproximadamente 10% da matriz energética e contribui com cerca de 6% da geração elétrica.

Adicionalmente, usinas termelétricas (a partir de combustíveis fósseis ou biomassa) entram em cena especialmente durante períodos de escassez hídrica, embora seu custo de operação seja elevado.

Fontes menores: nuclear e carvão

A energia nuclear, com destaque para as usinas de Angra dos Reis (RJ), representa cerca de 2% da eletricidade nacional. Já o carvão mineral, usado em usinas específicas de alguns estados, compõe uma parcela residual da matriz elétrica — embora seu impacto ambiental seja significativo.

Quem consome e como: perfis de demanda

No Brasil, o Sudeste lidera o consumo elétrico, com cerca de 49% do total nacional, seguido pelas regiões Sul, Nordeste, Centro-Oeste e Norte.

Quanto à utilização, a indústria é a maior demandante (~ 36 %), seguida por residências (cerca de 30 %), comércio (17 %) e iluminação pública/áreas rurais (16 %).

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