Mar recua no litoral sul de São Paulo: entenda o fenômeno que chamou atenção em Santos, Praia Grande e São Vicente

Uma combinação de fatores naturais fez com que a água se afastasse da costa e expusesse o leito marinho — o fenômeno, que surpreendeu banhistas, é explicado por especialistas e pede atenção localizada à população.

Nos últimos dias, moradores e frequentadores das praias de Santos, Praia Grande e São Vicente observaram algo inusitado: a faixa de areia se ampliou de modo significativo, após o mar recuar de forma visível. O fenômeno despertou curiosidade — e também alguns alertas — especialmente porque a cena fazia parecer que “o mar havia sumido”.

Conforme oceanógrafos e meteorologistas consultados, não se trata de tragédia ou alerta de tsunami, mas de uma combinação de fatores naturais que resultam em marés anômala­mente baixas. Uma das principais causas desse recuo acentuado é a chamada sizígia — alinhamento do Sol, da Lua e da Terra — que potencializa marés extremas, tanto altas quanto baixas.

Além disso, o fenômeno ocorre com maior frequência nas áreas de encostas próximas ao mar e também em épocas específicas do ano, quando a amplitude da maré naturalmente aumenta.

Na prática, o que isso significa para a orla:

  • A água se afasta mais do que o habitual, revelando o leito marinho e organismos que normalmente ficam submersos, como algas e mexilhões.
  • Em algum caso, chegaram a surgir as chamadas “marés negativas”, nas quais o recuo da água impressiona mesmo os que convivem com o mar.
  • O fenômeno também pode ocorrer em paralelo a condições atmosféricas especiais — ventos, frentes frias ou altos índices de nebulosidade que afetam o movimento das águas.

Embora cause surpresa visual, especialistas reforçam que o evento não é perigoso por si só. A oceanógrafa que investiga a região ressaltou que a sizígia não indica tsunamis ou desastres.

Entretanto, como medida de prudência, moradores, pescadores e navegantes devem adotar alguns cuidados:

  • Em trechos onde a água recuou muito, não confiar que aquele recuo represente estabilidade — o retorno da água pode ocorrer rápido ou em forma de onda mais distante.
  • Em formações rochosas expostas, como costões, há maior risco de quedas ou escorregões: o leito marinho fica acessível e pode parecer seguro, mas nem sempre é.
  • Observar avisos da guarda costeira ou órgãos locais, especialmente se a maré estiver fora do padrão.

Para o turismo local — e considerando o papel da Baixada Santista como destino procurado — o fenômeno reforça a importância de atenção e informação aos visitantes. Banhistas que não conhecem a região podem interpretar o recuo como um “problema”, quando na verdade se trata de comportamento natural das águas costeiras.

Em resumo, o que se viu nas praias de Santos, Praia Grande e São Vicente foi um lembrete prático de como a natureza oceânica é dinâmica — e de que a melhor postura é a consciência: observar, respeitar e aproveitar com responsabilidade.

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