Adeus aos carimbos: Europa inicia era digital nos controles de fronteira

A partir de outubro de 2025, 29 países europeus substituirão os tradicionais carimbos em passaportes por um sistema eletrônico de registro de viagens, baseado em reconhecimento facial e impressões digitais. A medida promete mais agilidade e segurança, mas exigirá adaptação de turistas e profissionais do setor.

Uma nova fronteira para o turismo

A era do carimbo no passaporte está chegando ao fim — pelo menos na Europa. A partir de outubro de 2025, o bloco de países que compõe a zona Schengen começará a substituir os registros manuais por um sistema digital de controle de entradas e saídas, com uso de biometria e reconhecimento facial.

A mudança, que será implementada gradualmente até abril de 2026, representa um passo importante rumo à modernização das fronteiras e promete transformar a experiência de milhões de viajantes que passam, todos os anos, pelos aeroportos europeus.

Como funcionará o novo sistema

O Entry/Exit System (EES) será responsável por registrar, de forma automatizada, as informações de cada visitante que não possua cidadania europeia — incluindo brasileiros, que precisarão se adaptar às novas exigências.

Na prática, o sistema substituirá os carimbos físicos e criará um banco de dados unificado com informações biométricas, datas de entrada e saída, e tempo de permanência permitido no continente.
A meta é reforçar a segurança, reduzir fraudes e agilizar o fluxo de passageiros nos postos de imigração.

Os primeiros países a adotar o modelo incluem Portugal, Espanha, Itália, França e Alemanha, seguidos por outras nações da União Europeia e parceiros do Espaço Schengen, como Noruega, Suíça e Islândia.

O que muda para os viajantes

Para quem ama explorar o Velho Continente, a mudança trará vantagens, mas também novos cuidados.
A promessa é de menos filas, menos burocracia e processos automatizados, tornando a chegada e a saída dos aeroportos europeus mais rápidas.

Em contrapartida, será necessário garantir que o passaporte esteja em boas condições e que contenha tecnologia compatível com leitura biométrica.

Os dados coletados serão armazenados de forma digital, permitindo às autoridades acompanhar o tempo exato de permanência de cada visitante — o que ajudará a combater a imigração irregular e a melhorar o controle de fronteiras.

Impactos no turismo e no setor aéreo

O novo sistema exigirá adaptação das companhias aéreas, agências de turismo e aeroportos, que precisarão ajustar seus procedimentos de embarque e checagem de documentos.
Especialistas acreditam que, após o período de transição, o turismo europeu ganhará em eficiência e competitividade, com experiências mais rápidas e tecnológicas nos pontos de entrada.

Para o viajante, o grande desafio será manter-se informado sobre as mudanças e preparar-se com antecedência, especialmente nos primeiros meses de operação, quando falhas pontuais e lentidão nos sistemas podem ocorrer.

Questões de privacidade e segurança digital

Embora o sistema prometa maior controle e proteção, ele também levanta questionamentos sobre o uso de dados biométricos e privacidade.
A União Europeia afirma que o armazenamento seguirá os mais altos padrões de segurança, em conformidade com o Regulamento Geral de Proteção de Dados (GDPR) — legislação que é referência mundial no tema.

Um novo capítulo na história das viagens

O fim dos carimbos em passaportes encerra uma era simbólica e afetiva para os viajantes. As páginas marcadas por carimbos coloridos — lembranças de fronteiras cruzadas e histórias vividas — darão lugar a registros digitais invisíveis, mas muito mais eficientes.

A Europa inaugura, assim, uma nova fase no turismo global, em que tecnologia, segurança e conectividade se tornam protagonistas da experiência de viajar.

Por Marcelo A. Silva — jornalista de turismo, membro da ABRAJET São Paulo.

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